A Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica não sentirá saudades de 2015. “Foi um ano bastante acidentado”, resumiu Humberto Barbato, presidente da entidade, que reuniu a imprensa nessa quinta-feira (10/12), em São Paulo, para apresentar um balanço com números do setor.
Os últimos doze meses, de fato, pareceram bastante duros com o segmento econômico que deve fechar o ano com faturamento de R$ 148,3 bilhões, montante 4% a abaixo do número de 2014. Considerando o resultado em dólar, a retração foi ainda mais acentuada, com queda de 33%, no comparativo anual.
O impacto foi sentido nas pontas do processo produtivo. Segundo os indicadores da Abinee, o setor elétrico e eletrônico reduziu em 13% o número de empregos ao longo de 2015. Nesse contexto, 37,6 mil pessoas que trabalhavam na indústria perderam o trabalho no período.
O segmento de informática amargou uma retração mais acentuada, com uma variação nominal de menos 13% e uma variação real (que considera deflação pelo Índice de Preços ao Produtor) de menos 19% no faturamento entre 2014 e 2015. A receita caiu de R$ 37,7 bilhões para R$ 32,6 bilhões no intervalo de um ano.
Telecom viveu um cenário distinto. Enquanto a Abinee verificou retração de 8% (variação nominal) e 14% (variação real) na frente de equipamentos e infraestrutura de telecomunicações frente ao ano anterior; negócios envolvendo telefonia celular avançaram 10% (nominal) e 3% (real).
Dessa maneira, somando as perdas em infraestrutura e a evolução nos negócios de aparelhos, a frente de telecomunicações chega ao final de 2015 com um faturamento praticamente empatado com o do ano anterior, movimentando R$ 29,5 bilhões.
Talvez, para piorar um pouco a situação, o cenário que aparece no horizonte não inspira otimismo. “Enquanto não temos a resolução para crise política, não vemos solução mais clara sobre o que vai acontecer com a economia em 2016”, projeta Barbato.
O presidente da Abinee vai mais longe, dizendo que muitas das medidas aplicadas pelo Governo no passado recente – como o fim medida provisória (MP 690) que elimina os efeitos do Programa de Inclusão Digital contido na Lei do Bem e a revisão da desoneração da folha de pagamento de 56 setores econômicos – terão impacto negativo no setor.
A entidade projeta que, em 2016, o setor elétrico e eletrônico irá manter a taxa de faturamento na casa dos R$ 148 bilhões. O segmento de informática tende a ver suas receitas encolherem mais 4% no próximo ano; enquanto o de equipamentos de telecom manterá o mesmo de 2015. O negócio de celulares deve crescer 6%, estima a associação.
FONTE(S) - idgnow.com.br
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